Sala Alexandre O'Neill

 

Biografia

Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões, nasceu em Lisboa, a 19 de Dezembro de 1924, e foi um dos fundadores do movimento literário Surrealista de Lisboa, no ano de 1948. Em conjunto com Mário Cesariny, António Pedro Vespeiro e José-Augusto França, lançam-se nesta aventura como provocação ao regime político da época e à poesia neo-realista. O’Neill abandonaria o movimento dois anos depois devido ao desagrado que sentia pelo rumo que este tinha tomado.

O’Neil embora nascido em Lisboa, criou, ainda que tardiamente, uma irrevogável ligação com a Vila de Constância resultado das visitas realizadas aos amigos que aqui por aqui viviam, como é o caso de José Ramoa, que começou por o convidar a passar alguns fins-de-semana em sua casa.

Os encantos desta pequena vila despoletaram em O’Neill a vontade de aqui alugar uma casa para férias acabando, posteriormente, por aqui fixar residência. Serviu-lhe a paisagem ribeirinha de inspiração em alguns dos seus poemas.

No início de 1980, e após sofridas algumas complicações a nível de saúde, começou a repartir mais a sua vida entre a capital e Constância, quem sabe em busca de descanso e alguma distância do frenesim da cidade.

Em 1986 acabaria por falecer vítima de um acidente vascular cerebral que, anteriormente, já o tinha colocado em internamento prolongado no hospital.

A sua colecção foi doada à Câmara Municipal de Constância no mesmo ano, por decisão do seu filho mais velho,  Alexandre Delgado O'Neill, que originou a agora nomeada Biblioteca Particular de Alexandre O’Neill, composta por 3461 títulos. Trata-se de uma coleção rica em títulos e autores, entre os quais é possível identificar livros de teatro, ensaios políticos, poetas portugueses e ainda volumes de escritores italianos entre outros.

Como homenagem por esta doação a Câmara Municipal de Constância deliberou atribuir o nome do poeta à Biblioteca Municipal.

Cronologia

Bibliografia

Bibliografia ativa

 Poesia

  • 1948 – A Ampola Miraculosa, Lisboa, Cadernos Surrealistas.
  • 1951 – Tempo de Fantasmas, Cadernos de Poesia, nº11.
  • 1958 – No Reino da Dinamarca, Lisboa, Guimarães.
  • 1960 – Abandono Vigiado, Lisboa, Guimarães.
  • 1962 – Poemas com Endereço, Lisboa, Moraes.
  • 1965 – Feira Cabisbaixa, Lisboa, Ulisseia.
  • 1969 – De Ombro na Ombreira, Lisboa, Dom Quixote.
  • 1972 – Entre a Cortina e a Vidraça, Lisboa, Estúdios Cor.
  • 1979 – A Saca de Orelhas, Lisboa, Sá da Costa.
  • 1981 - As Horas Já de Números Vestidas (Em Poesias Completas (1951-1981))
  • 1983 - Dezanove Poemas (Em Poesias Completas (1951-1983))

Antologias

  • 1967 – No Reino da Dinamarca – Obra Poética (1951-1965), 2.ª edição, revista e aumentada, Lisboa, Guimarães.
  • 1974 – No Reino da Dinamarca – Obra Poética (1951-1969), 3.ª edição, revista e aumentada, Lisboa, Guimarães.
  • 1981 – Poesias Completas (1951-1981), Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1982.
  • 1983 – Poesias Completas (1951-1983), 2.ª edição, revista e aumentada, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1984.
  • 1986 – O Princípio de Utopia, O Princípio de Realidade seguidos de Ana Brites, Balada tão ao Gosto Popular Português & Vários Outros Poemas, Lisboa, Moraes.

Antologias póstumas

  • 2000 – Poesias Completas, com inclusão de dispersos, Lisboa, Assírio & Alvim.
  • 2005 – Anos 1970. Poemas Dispersos, Lisboa, Assírio & Alvim.

Prosa

  • 1970 - As Andorinhas não Têm Restaurante, Lisboa, Dom Quixote. (crónicas)
  • 1980 - Uma Coisa em Forma de Assim, 2ª edição, revista e aumentada, Lisboa, Presença. (contos e crónicas)

Traduções

  • 1950 – Nora Mitrani, A Razão Ardente (Do Romantismo ao Surrealismo), Cadernos Surrealistas, Lisboa.
  • 1959 – Maiakovski, O Percevejo, Lisboa, Editorial Gleba.
  • 1960 – Dostoievski, O Jogador, Lisboa, Guimarães.
  • 1961-63 – Bertolt Brecht, Teatro I e II, (em colaboração com Ilse Losa), Lisboa, Portugália Editora.
  • 1962 – Alfred Jarry, Mestre Ubu, (em colaboração com Luís de Lima), Lisboa, Minotauro

 

Antologias

  • 1959 – Gomes Leal – Antologia Poética (em colaboração com F. da Cunha Leão), Lisboa, Guimarães.
  • 1962 – Teixeira de Pascoaes – Antologia Poética (em colaboração com F. da Cunha Leão), Lisboa, Guimarães.
  • 1962 – Carl Sandburg – Antologia Poética, Lisboa, Edições Tempo.
  • 1963 – João Cabral de Melo Neto – Poemas Escolhidos, Lisboa, Portugália.
  • 1969 – Vinicius de Moraes – O Poeta Apresenta o Poeta, Lisboa, D. Quixote.
  • 1977 – Poesía Portuguesa Contemporánea / Poesia Portuguesa Contemporânea (em colaboração com a Secção de Literatura da Direcção Geral de Acção Cultural), edição bilingue, Lisboa, Secretaria de Estado da Cultura.

 

Discos de poesia

  • Alexandre O’Neill diz poemas da sua autoria – colecção «A Voz e o Texto», Discos Decca, PEP 1010.
  • Os Bichos também são gente – colecção «A Voz e o Texto», Discos Decca, PEP 1278.

 

Filmografia

Guionista

  • 1962 – Dom Roberto
  • 1963 – Pássaros de Asas Cortadas
  • 1967 – Sete Balas Para Selma
  • 1969 – Águas Vivas
  • 1970 – A Grande Roda
  • 1975 – Schweik na Segunda Guerra Mundial (TV)
  • 1976 – Cantigamente (3 episódios da série)
  • 1978 – Nós por cá Todos Bem
  • 1979 - Ninguém (TV)
  • 1979 - Lisboa (TV)

Actor (Narrador)

  • 1933 – Las Hurdes, tierra sin pan
  • 1969 – Águas Vivas
  • 1971 – Sever do Vouga. Uma Experiência
  • 1976 – Máscaras

 

Traduções das suas obras

  • 1966 - Portogallo, Mio Rimorso, tradutor: Joyce Lussu, Turin, Editora Einaudi.
  • 1978 – Made in Portugal, tradutor: Antonio Tabucchi, Milan, Guanda.

 

 

Bibliografia passiva

Artigos

  • 1970 - MARTINS, Fernando Cabral, "Esperar o Inesperado", posfácio a: Alexandre O’Neill, anos 1970. Poemas Dispersos, Lisboa, Assírio & Alvim, 2005.
  • 1972 - CUADRADO, Perfecto E., "Um Adeus Português” como pretexto para una primera aproximación a la poesia de Alexandre O’Neill, A Palavra sobre a Palavra, Porto, Portucalense.
  • 1975 - MOSER, Gerald, "A Surrealist of Portugal: Alexandre O'Neill", in: Journal of General Education, n.º 27, Primavera 1975, p. 83-87.
  • 1982 - ROCHA, Clara, prefácio a: O'Neill, Alexandre, Poesias Completas 1951-1981, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
  • 1986 - ROSA, António Ramos, "Alexandre O'Neill ou a dialéctica do sonho e do real", in: Revista Colóquio/Letras, n.º 93, Set. 1986, p. 124-126.
  • 1987 - MARTINHO, Fernando J. B., "Alexandre O'Neill e Pessoa", in: Revista Colóquio/Letras , n.º 97, Maio 1987, p. 48-56.
  • 1988 - CABRITA, António, "A Arca de O'Neill", Phala — Um Século de Poesia, Lisboa, Assírio.
  • 1990 - BOM, Laurinda, "Alexandre O'Neill : elementos para uma biografia (1924-1953), 3 poemas de 1942 e poemas inéditos", in: Revista Colóquio/Letras, n.º 113/114, Jan. 1990, p. 13-30.

Livros

  • 1992 – OLIVEIRA, Maria Antónia Oliveira - A Tristeza Contentinha de Alexandre O’Neill, Lisboa, Caminho.
  • 2002 – FREITAS, Manuel de - Make it real, Cadernos. Centro de Estudos do Surrealismo, nº 2 (número especial sobre Alexandre O’Neill), Vila Nova de Famalicão, Fundação Cupertino de Miranda.
  • 2003 - BOM, Laurinda, “Passo tudo pela Refinadora”, Lisboa, Editorial Notícias;
  • 2003 - Relâmpago nº 13 – Alexandre O’Neill, Outubro.
  • 2007 - OLIVEIRA, Maria Antónia - Alexandre O’Neill. Uma Biografia Literária, Lisboa, Dom Quixote.
  • 2008 - OLIVEIRA, Maria Antónia Oliveira; MARTINS, Fernando cabral, “Já cá não está quem falou”, Lisboa, Assírio & Alvim.

Centro de documentação

Consulte aqui a documentação da Biblioteca Particular de Alexandre O'Neill:

http://bibliotecas.constancia.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?idx=&q=&branch_group_limit=branch%3ABPAO